terça-feira, 11 de outubro de 2011

15 anos sem Renato Russo


Hoje completa 15 anos que morreu um dos maiores músicos e compositores da música brasileira. No dia 11 de Outubro de 1996 o cantor falecia aos 36 anos em consequência de problemas decorrentes da Aids.

Quando adolescente, fui um grande fã da Legião Urbana. Como sempre gostei muito de ler e escrever, deliciava-me com suas letras, algumas quilométricas, suas referências e metáforas. Procurava decifrar mensagens escondidas atrás das letras, ou imaginar o fato que inspirou Renato a escrever determinados versos.

Renato utilizave-se muito de referências literárias ou filosóficas em suas canções. O próprio nome que o cantor adotou, o Russo, faz referência ao grande filósofo Rousseau. Quem conhece um pouco das letras de Renato e tem uma boa base literária, encontrará referências em diversas músicas. É um interessante jogo cultural.

Lembro-me das dezenas de noites que passava com os amigos a beira de uma fogueira, bebendo um bom vinho e cantando as músicas da Legião. Por causa das músicas serem fáceis de tocar, qualquer um que arranha-se um violão conseguia tocar as músicas da banda. Mas o mais importante nem era a melodia, mas a mensagem que as canções trazem.

Não é a toa que hoje, mesmo 15 anos depois de sua morte, suas letras continuam a serem tão relevantes. Que País é Esse e Música Urbana 2, que fazem uma crítica a política e ao povo brasileiro, respectivamente, parecem que foram escritas ontem. Numa época de sucessos descartáveis, de letras sem conteúdo, as músicas da legião parecem eternas.

Esse ano foi produzido pela Vivo um comercial que conta a história de Eduardo e Mônica. Ficou muito bom, vale a pena conferir:
http://www.youtube.com/watch?v=gJkThB_pxpw&feature=relmfu

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

DE REPENTE 30


E foi assim de repente, não mais que de repente, que ela acordou assustada, vinte minutos antes do despertador tocar. Habitualmente ela sempre relutava em sair da cama, chegava a levantar-se quase uma hora após tocar o relógio, e isso que ultimamente estava dormindo cada vez mais cedo. Talvez o sono lhe servisse de subterfúgio para fugir da realidade, pois enquanto repousava ela dava um tempo dos problemas cotidianos.

Deu um salto da cama e posicionou-se frente ao espelho. Com certo espanto admirou-se, analisou-se. Quem era aquela mulher que o espelho refletia? O que aconteceu com o corpo que outrora tinha? Olhava-se e via um rosto amassado, cansado e com olheiras. Tocou seus seios murchos e caídos, sua barriga com estrias, apesar de não ter filhos. Outrora tinha uma tezsuave e macia, mas hoje sua pele era seca e áspera.

 O que acontecera com aquela mulher cheia de vida, de animação, que estava sempre alegre e bem disposta? Seu corpo já não possuía mais curvas, estava cada vez mais magra. Não que estivesse doente ou coisa parecida, mas nem para comer tinha mais ânimo. Seu cabelo, que um dia foi motivo de orgulho, hoje não passava de um emaranhado de fios opacos e sem vida. Tinha um olhar triste e desanimado, transpassava uma fragilidade e um penar que não refletiam com sua personalidade.

Ainda de frente ao espelho, enxergou deitado na cama o corpo gordo daquele estrupício com quem morava há um ano e meio. Depois de dezenas de experiências desastrosas e mal sucedidas, resolveu unir-se ao primeiro cara que quisesse dividir as despesas com ela. Nunca gostou dele de verdade, mas tampouco foi amada.

Tinha certeza de aquele canalha não lembraria que hoje ela estava completando trinta anos. Nem seus raros e escassos amigos, ou seriam apenas conhecidos? Nem ela sabia mais o que eles eram.

A sua mente vieram todos os seus sonhos que nunca foram realizados. Queria ser arquiteta, mas sequer chegou a faculdade. Aspirava uma casa grande, com jardim, cachorros e filhos correndo pelo gramado, mas tudo o que possuía era um quitinete num prédio cheio de infiltrações, mau cheiroso e com vizinhos suspeitos.

O relógio avisava que estava quase na hora de ir trabalhar. Odiava o seu ofício. Era cobradora de ônibus, sua linha transportava trabalhadores braçais fedorentos e mal educados. Tinha que aguentar as cantadas medíocres e grosseiras daqueles brutamontes.

Mas apesar de tudo não perdia as esperanças de uma vida melhor, sabia que um dia a sorte iria lhe sorrir. Apesar de tudo, nunca deixara de sonhar com um futuro bom. Apesar dos percalços da vida, sempre fora uma mulher batalhadora e honesta, uma verdadeira lutadora, que não se conforma com sua realidade, que caí, mas levanta e segue em frente, pois sabe que a vida tem que ser melhor do que a realidade que ela conhece. Se vai vencer ela não sabe, mas não se permite desistir.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

DESLEIXADOS

Semana passada, no dia do amigo, escrevi sobre amizade, por obviedade. E nesse contexto uma grande amigo, um dos que mais admiro, me escreveu comentando sobre o texto. E num trecho do seu e-mail ele falou sobre como somos desleixados. E ele tem inteiríssima razão.

Acredito que na maioria das vezes nem percebemos o quanto somos desleixados. Por puro descuido, e na grande maioria das vezes nada mais que isso, deixamos para a semana seguinte para visitarmos um amigo que queremos ver, e naquela semana acabamos não podendo ir e adiamos para a seguinte, que bate uma preguiça e deixamos para a próxima ainda, que surge um compromisso e nos impossibilita a visita. E acabamos por deixar o tempo passando, passando, e quando vemos, já faz meses, anos, que não visitamos aquela pessoa querida.

E isso se aplica a quase todos os setores da nossa vida. Sabe aquele e-mail que queremos escrever para alguém, e vamos deixando pra depois? Ou aquele conserto na nossa casa, aquela viagem, a dieta, aquele cursinho que vamos adiando, e as vezes acaba caindo no esquecimento e nunca realizamos? Tudo desleixo.

Existe um texto maravilhoso, que alguns atribuem a Vitor Hugo, e outros a Marina Colasanti, e alguns outros ainda a Clarice Lispector, que por desleixo não pesquisei para descobrir o verdadeiro autor. O texto chama-se “Eu sei, mas não devia”. Ele fala sobre as coisas do cotidiano que acabamos nos acostumando, mas que não deveríamos. Coisas como comer qualquer coisa no café da manhã porque estamos sempre atrasados, a estarmos sempre com pressa, a nos acostumar com as pessoas mal educadas, impacientes e grosseiras.

Assim também é conosco, quando nos acostumamos a não ter tempo pra nada devido a correria de nossas vidas, quando esquecemos de dizer “eu te amo” pela falta de tempo, quando deixamos de abraçar os amigos ou de simplesmente admirar a beleza da vida. Não refletimos sobre a vida, não vemos as cores da natureza, nos acostumamos com políticos corruptos, com as injustiças e com nossa eterna insatisfação.

Eu sou desleixado, e você também é que eu sei. E por conta disso acabamos nos acostumando a deixar de fazer coisas que gostaríamos muito, e por causa disso só as fazemos por obviedade em datas específicas. Mandamos e-mail’s para os amigos porque é o dia do amigo, ligamos para as pessoas porque é seu aniversário, compramos presentes devido ao dia das mães, dos pais, dos namorados. Presenteamos as pessoas que gostamos porque é natal. Acabamos por fazer simplesmente coisas óbvias, por puro desleixo do nosso cotidiano. Assim como aquele texto óbvio que escrevi semana passada.

Acabamos vivendo no automático, sem conhecer profundamente as pessoas, sem aproveitar intensamente os momentos especiais. E a obviedade acaba por tirar toda a beleza da nossa existência. E nos acostumamos a isso, por puro desleixo.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

AMIGOS

Post a pedido de uma amiga muito querida e especial.


“Meus bons amigos /Onde estão?
Notícias de todos / Quero saber
Cada um fez sua vida/ De forma diferente
Ás vezes me pergunto:/ malditos ou inocentes?”
(Barão Vermelho)

Tenho centenas de fotos guardadas em casa. Fotos antigas, de um tempo em que não haviam máquinas digitais, que tínhamos que comprar filmes e depois revelar. Tempo em que todos paravam para fazer pose, pois uma foto era uma coisa fora do comum, registrar aquele momento era algo mágico, e depois a expectativa de vê-las reveladas, a alegria de recordar aqueles momentos ou a decepção de ver que elas não ficaram boas. Gastei uma boa grana em revelações fotográficas, mas não me arrependo, foram de um tempo em que eu era feliz, e sabia.

E vez em quando bate uma nostalgia e revisito as fotos. Guardam momentos marcantes, engraçados, passeios, lugares, flagras ... mas o mais importante é que elas guardam a recordação de pessoas que marcaram muito minha vida, que tenho enorme prazer de um dia ter a oportunidade de chama-los de AMIGOS. Tenho orgulho de ter compartilhado com eles momentos de suas vidas, frustrações e alegrias, sonhos e confidências.

Novos amigos sempre são importantes e bem vindos, mas aqueles que conhecemos na nossa infância ou adolescência são especiais. Temos uma história compartilhada, conhecemos como se formou sua essência, seu caráter. Sabemos o que eles acreditaram um dia, o que sonharam, e com isso podemos ver o que conquistaram, onde chegaram e assim ter noção da importância de suas conquistas ou o tamanho de suas frustrações.

“Cada um fez sua vida/ de forma diferente” não poderia ser de outra maneira, cada um seguiu seu rumo, seu destino, seguiu suas verdades. A vida é assim, e tem de ser. Mas quando me pergunto se são “malditos ou inocentes” é porque, apesar da distância que separam alguns, muitos não quiseram mais manter contato, preferiram apagar páginas e personagens de suas vidas. Fizeram sua escolha, e esperam que estejam feliz com ela.

Cada pessoa tem os seus valores. Uns valorizam a profissão, se qualificam, estudam, se dedicam ao trabalho. Outros valorizam a o ambiente familiar, constituem família, criam seus filhos. Alguns valorizam o dinheiro, outros o prazer, o sexo. E nisso todos são, de certa forma, inocentes, pois buscaram o que é verdadeiro para si mesmo.

Não os culpo. Pra ser sincero, só às vezes. Sei que cada um tem uma realidade diferente e um cotidiano corrido, como são com todas as pessoas. Mas por mais que me digam o contrário, acredito que sempre poderíamos reservar um momento para as pessoas que marcaram nossas vidas, para aqueles que nos fazem bem. Mas infelizmente nem todos pensam assim. A vida os transformou.

Viver é conquistar, ter experiências, cultura, amigos, um grande amor; viver também é perder, diminuir a destreza muscular, o reconhecimento social, a vitalidade social. Viver é encantar com os outros e ter expectativas correspondidas; viver também é desencantar e ter expectativas esfaceladas. O drama e o lírico sempre nos acompanham. (Cury 2008). Mas quando dividimos essas experiências com aqueles que nos conhecem profundamente, conhecem nossa essência, conhecem nossa história de vida, é muito melhor.

Amigo de verdade é aquele cara que você reencontra, depois de cinco ou dez anos, e percebe nele aquele brilho no olhar, aquela admiração mútua, aquele abraço apertado e caloroso. É aquele sujeito que, mesmo há tanto tempo separado, sabe muito sobre você, está ansioso para compartilhar suas experiências e que, acima de tudo, sempre soube que mesmo distante estava torcendo por você e que só quer o seu bem.

Quando olho aquelas fotos me pergunto onde estão aquelas pessoas que eram parte de mim? Aqueles sujeitos que viravam noites, muitas vezes regadas a vinho, filosofando sobre suas verdades adolescentes e sonhando com um futuro perfeito? Aqueles sujeitos eram uma grande família, que sabiam que apesar de qualquer dificuldade poderiam sempre contar uns com os outros.

Será que mudamos tanto assim em dez ou quinze anos? Será que a personalidade, o caráter de cada um se transformou tanto? Não acredito. Mas seguimos nosso caminho, continuamos a falar e escrever com aqueles que valorizaram uma amizade e mesmo distante, nunca perderam o contato. E quando reencontramos aqueles que preferem continuar só ao lado dos novos amigos, vamos nos cumprimentar, perguntar superficialmente como estão e marcar um compromisso que nunca sairá do papel.

domingo, 29 de maio de 2011

COMENTARISTAS DE RESULTADOS


No Brasil acredita-se que todo mundo entende de futebol. Mas, na realidade, o que é entender de futebol? Para a grande maioria das pessoas compreender as regras e identificar se time A ou B jogou bem ou não determinada partida já se trata de entender o futebol e, de certa forma, não deixa de estar certo. Mas quando se trata de imprensa especializada, o “entender” não deveria ser tão simplificado assim.

 É muito fácil ser comentarista de futebol no Brasil, basta falar o óbvio, fazer algumas previsões sem nenhuma base concreta e comentar os resultados das partidas. E com essa proliferação de debates esportivos aos domingos, aumentou muito o número de comentaristas de futebol, pena que a qualidade é cada vez menor.

Para a grande mídia, qualquer pessoa que fale um pouco mais articulado pode ser comentarista, mesmo que saiba muito pouco ou quase nada sobre futebol. Ou então, o que mais se vê, qualquer ex jogador. Mas aí esse cara é o dono da razão e, por já ter entrado em campo tempos atrás, mesmo que não jogasse grande coisa, acredita que sabe tudo sobre os bastidores do futebol e quem é, ou não, um bom jogador. Considera-se o dono da verdade. E isso sem falar de comentaristas que vendem críticas positivas ou negativas.

Eles difundem e defendem “Teorias do achismo”. “Acho que tal treinador vai jogar com tal esquema, vai entrar com tal jogador...”, mas com nenhuma análise ou argumento concreto para sua teoria. Um esquema é bom enquanto está ganhando, depois de duas ou três derrotas o esquema já está obsoleto e não presta mais.

Se perde um jogo, o time não presta, não vale nada. Na outra partida, vencendo, é o melhor do mundo. Após uma derrota, não tem time, nem elenco, o esquema é ruim e o treinador já está desgastado. Mas se na semana seguinte seu time vencer bem, tudo muda. Da água para o vinho em 90 minutos.

Mas poucos se atrevem a falar de esquemas táticos, suas complexidades ou estratégias. O máximo que se aventuram é arriscar os esquemas propostos pelas escalações, mas não comentam, ou não identificam, suas complexidades e variações dentro de campo, provando suas pobres e limitadas visões sobre o futebol.

E isso falando no futebol brasileiro, que é acompanhado mais de perto e com mais intensidade. Quando se fala em futebol internacional, as bobagens são ainda maiores. A situação mais melancólica que assisti foi essa http://ocioiluminado.blogspot.com/2008/05/futebol-e-comentaristas-de-internet.html.

Eles vivem exaltando novas revelações no futebol. A falta de ídolos, de craques dentro do futebol brasileiro, devido a grande debandada de atletas para o exterior, faz com que qualquer jovem promessa ou atletas apenas médios com algum destaque, torne-se futuro craque. Um ídolo forçado e momentâneo, quem com o passar do tempo cairá de produção e logo se irá perceber que tudo o que se acreditava sobre ele, foi apenas exagero . Mas aí surgirão outros ídolos momentâneos...

Porém, eles tem o privilégio e a sorte de estarem na mídia. Pena que não aproveitam bem os espaços que ocupam.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

O DIA EM QUE A TERRA (QUASE) PAROU

Onde vamos parar, ou melhor, andar ?


Vinte de abril de 2011, véspera de feriadão. Não, não foi esse o dia que a terra parou. Mas foi quase...

A cada véspera de feriadão tem sido assim, e cada vez a situação piora mais. Rodovias que, até então, não sofriam desse problema, como a BR-386, tem sentido essa realidade. E não adianta apelar para os ônibus ou aviões, o caos se instalou atormentando quem pretende viajar.

Mas essa situação não se instala apenas nas vésperas de feriadão, diariamente sentimos a rotina dos congestionamentos em nossas cidades. Porto Alegre, Rio, São Paulo e até as cidades pequenas estão sofrendo com os problemas de trânsito. Engarrafamentos diários, tranqueiras, falta de rotas alternativas, transporte público ineficaz e consequentemente mau humor e stress nos motoristas e na população que sofre com essa realidade.

Não se vê investimentos em estradas, em infraestrutura, em novos meios de transporte público. As obras que começam a serem feitas agora não são para evitar o problema, mas para desafogar situações caóticas, como na BR 116 na região metropolitana.

Mas a alternativa, a rodovia do parque, quando estiver pronta, provavelmente não irá suprir a demanda de carros, tamanha deverá ser a frota neste momento. O poder público age de forma errada, em vez de tentar evitar os congestionamentos, só age para tentar remediar o problema, enquanto isso ele se agrava cada vez mais. Assim, sempre estaremos correndo atrás da máquina.

O transporte público que dispomos atualmente é caro, é lento, é demorado e super lotado. Não supre a necessidade da população. Ninguém que tenha condições de ir para o trabalho ou faculdade de carro deixará de fazê-lo para ir de transporte público.

O governo anuncia obras no trem, reformas em rodovias. Mas enquanto estas obras estiverem em andamento, por onde vamos andar? Quais rotas poderemos usar enquanto houverem os transtornos das obras? Nesse ritmo, um dia a terra há de parar.

Mas nossos governantes não se preocupam com essa situação. Quando o caos se instalar, quando não houverem mais alternativas de locomoção, os atuais governantes não estarão no poder, então, os que virão que se preocupem com esses problemas. Enquanto isso, a população vai pagando a conta...



sábado, 16 de abril de 2011

A QUEDA DOS GUERREIROS

Em menos de um mês, perdemos dois verdadeiros guerreiros. Um conhecido por todo o Brasil, o ex vice presidente José Alencar, e outro conhecido dentro da Aes Sul, o Marcos Silva.

Os dois são verdadeiros guerreiros, porque lutaram contra a morte, e não desistiram nem baixaram a guarda jamais. Alguns críticos afirmam que José Alencar sobreviveu por mais tempo por ter a oportunidade de ser tratado com os melhores medicamentos e médicos do mundo. Acredito que isso tenha ajudado, mas não acredito que seja só isso. Marcos também teve acesso aos melhores médicos do Rio Grande do Sul, já que esteve seis meses internado num dos melhores hospitais do estado, o Mãe de Deus.
Mas acredito que o que lhes deu sobrevida foram, em ambos os casos, o otimismo, o amor pela vida quer eles sempre demonstraram. Alencar sempre que saía de um novo tratamento estava sempre sorrindo e brincando. Marcos, a cada recuperação, sempre disposto e atencioso com todos.
Tenho uma vizinha que também é um exemplo de vida. Não tem os mesmos recursos de José Alencar, nem o plano de saúde de Marcos, mas tem a mesma garra, a mesma sede de vida, o mesmo otimismo e sorriso no rosto. Ela já enfrentou um câncer de mama, várias cirurgias, tratamentos de quimioterapia e agora luta novamente contra outro câncer, mas seu otimismo permanece intacto.
Vemos diariamente notícias de pessoas que tiram suas próprias vidas por motivos fúteis, como desilusões amorosas, traumas ou coisas afins. Quando estiveres deprimido, vá até um hospital e veja o exemplo de outras pessoas que lutam desesperadamente por sua saúde.
Infelizmente José Alencar e Marcos Silva se foram, mas essas pessoas são exemplos para nós, que muitas vezes desistimos na primeira queda. Essas pessoas são verdadeiros guerreiros, que não desistem de suas metas, que as vezes até tombam, mas sempre levantam e dão a volta por cima, que lutam pelo dom maior que temos: A vida!

domingo, 20 de fevereiro de 2011

POLITICAR

Estou com um novo blog, o politicar. Ele trata de política, e é feito por mim e mais dois amigos. não deixem de conferir. acessem: http://politicar2011.blogspot.com

POLITICAR

Politicar é um neologismo, que significa verbalizar o termo "politica", ou seja, por em prática a politica no dia a dia, de forma consciente, racional e impessoal. Significa trazer a politica ao seu cotidiano, discutir, questionar, debater o seu impacto na vida diária ou num futuro próximo. Refletir os meandros políticos dentro da sociedade.


Politizar é preciso, vivemos numa nação de alienados políticos, que pensam, erroneamente, que a política não é feita no dia a dia. Quando passamos por um buraco na rua, e cobramos seu conserto, estamos fazendo política, pois estamos cobrando aqueles que elegemos a fazer o seu trabalho que é pago- e muito bem pago- por nós.

Porque acreditamos que a política não se discute? Se discute sim, e muito. Essa ideia foi introduzida pelos próprios políticos, para não terem seu trabalho questionado. Você não discute futebol? Futebol envolve paixão e, por isso, por mais argumentos que você utilize, nunca vai fazer com que aquela pessoa deixe de gostar do seu clube. Entretanto, em meio a esses debates, você pode gostar mais ou menos de determinado esquema tático, entender a função de um determinado jogador, compreender melhor ou concluir que determinado técnico é um gênio ou um burro mesmo. Futebol é paixão, e ainda assim discutimos. Política é razão, embora alguns encarem como paixão, mas acima de tudo é razão, e razão se debate, se discute, se argumenta.

Quando você questiona porque seu bairro está do jeito que está, porque o posto de saúde da sua rua não tem médico, porque paga tanto imposto, nesse momento você está fazendo política. Quando essas questões são discutidas com seus vizinhos, seus amigos, você está politicando, quando você leva essas questões aos verdadeiros responsáveis, você está politicando.

Se o povo começar a debater e compreender melhor o que acontece no meio politico, logo vai questionar as decisões tomadas, os projetos não votados ou mal elaborados, os benefícios que nossos políticos tem. E isso seria um terror para eles.

E isso é o que tem de acontecer. Temos de ter mais consciência politica e cobrar aqueles que nos representam, de forma mais efetiva e ativa. Só assim poderemos ter a esperança de um futuro melhor.



“A maior ambição revolucionária

É ver o povo liberto de sua alienação”

Che Guevara

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

O MUNDA DÁ VOLTAS

Um grande amigo e meu compadre brigou com a esposa, mas está esperando um novo filho. Já não tem mais certeza de seu amor por ela, que até ontem era certo e incondicional. Uma grande amiga terminou um namoro, mas já está engatilhando um novo relacionamento. Seus planos de casamento, de mudar-se para São Paulo agora são coisas do passado. Liguei para outra grande amiga que estava de aniversário e há muito tempo não nos vemos, e prometemos nos encontrar mais nesse ano. O que era uma amizade a distância pode voltar a ser pessoal novamente.


Esse meu compadre fez um comentário do meu ultimo post que me levou a refletir sobre isso, as voltas que o mundo dá. Esses três exemplos mostram como as coisas estão sempre mudando, a cada instante. Para o bem ou para o mal. Sei que isso é uma coisa óbvia, mas muitas vezes não enxergamos o óbvio. Onde estarão eles daqui um ano? Terão resolvido seus problemas? Terão arranjado novos problemas?

A vida é um caminho cheio de meandros, por mais que planejemos onde e como queremos estar, nunca teremos certeza. Pode ter certeza disso. E talvez esse seja o grande barato da vida: Não haver certezas, saber que tudo sempre poderá, e irá, mudar, sempre! Saber que as nossas convicções de hoje poderão ser dúvidas amanhã, e que nossas certezas já não serão tão certas. O que nos faz feliz hoje pode nos deixar insatisfeitos amanhã. Passaremos por fases que nos farão mudar, para melhor ou pior, mas o certo é que seremos outra pessoa num futuro próximo.

Seremos outra pessoa e não seremos ao mesmo tempo, isso porque apesar de tudo, nosso caráter será sempre o mesmo. Isso começa a ficar complexo. Amanhã seremos outra pessoa totalmente diferente, mas o mesmo de sempre.

Bom, o certo é que a única certeza é de que poderemos sempre recomeçar, nunca é tarde para fazer um novo caminho. Dizem que a única certeza da vida é a morte, discordo. A única certeza são as incertezas da nossa vida! E a morte também.

Mas isso é bom, de certa maneira, a dúvida e a insatisfação é o que nos move, o que nos faz buscar novos horizontes, novos desafios, novas realidades para a nossa vida. Talvez as surpresas que a vida nos reserva não sejam tão boas, como uma doença, a perda de um ente querido, mas tudo sempre serve para, ao menos, algum tipo de aprendizado para aqueles que estão dispostos a aprender.

Não há bem que sempre dure nem mal que nunca acabe, já dizia Machado de Assis. Então o jeito é encarar a realidade e curtir a vida, por mais percalços que ela ofereça. O tempo cura tudo, a dor insuportável de hoje será só uma lembrança amanhã. Só não deixe de curtir cada momento da vida.