terça-feira, 21 de dezembro de 2010

CONTOS

Para quem lê este blog há um pouco mais de tempo sabe que antigamente eu tinha um blog de contos. Ele não deu certo, por vários motivos, mas principalmente por duas causas principais: A falta de talento deste que vos escreve e da falta de tempo deste mesmo.

Más  as vezes bate uma saudade, uma nostalgia... então publico um dos contos que escrevi... abraços!

Ele se chamava Pedro. E era o maior conquistador da faculdade. Tinha uma extrema facilidade em encantar, seduzir mulheres. Não era belo, mas feio também não era. Talvez fosse seu olhar: firme, penetrante, intenso. Ou então sua conversa, que era envolvente, quase irresistível. Era ousado, tinha atitude, sempre bem disposto, bem arrumado. Sabia exatamente onde investir para conseguir mais uma conquista.

Suas preferidas eram as comprometidas. Ele visualizava sua “vítima” e logo traçava uma estratégia para conquistá-la. Analisava seu comportamento, seus gestos. Aproximava-se da menina e puxava algum assunto, e logo começa uma conversa, e aí ele descobria o que ela pensava, o que gostava, e, principalmente, o que queria para sua vida. Com um papo bem despretensioso descobria onde o namorado da moça estava falhando, pois sabia que nenhum relacionamento era perfeito, sempre havia um ponto fraco, e aí com o tempo investia pesado nesse ponto, até consumar sua conquista.


Mas não o fazia por mal, por vaidade. Não buscava somente sexo, ou um nome a mais na sua lista. Todas as mulheres que seduziu, ele estava apaixonado por ela. Seu defeito era apaixonar-se com extrema facilidade, a cada semana, e aí era uma nova conquista. Um simples olhar, um sorriso, um cabelo bonito já o deixava caidinho pela guria. E aí não tinha jeito, era mais uma missão a realizar.


Mas tinha uma coisa que lhe incomodava: Ele não conseguia manter relacionamentos estáveis. Pedro conquistava a garota, ficava umas duas ou três vezes com ela e depois perdia o interesse. Por mais bonita, simpática, interessante que fosse a garota ele perdia o ânimo em estar com ela. E isso começou a lhe incomodar, os anos estavam passando e ele nunca tinha namorado mais do que três meses com uma mesma garota. Queria mudar isso, queria algum relacionamento estável, mas não conseguia controlar sua fraqueza em conquistas.


Quando realizou mais uma sedução, decidiu que aquela seria a última, que controlaria seus instintos e ficaria somente com ela. Até porque tinha sido uma batalha bem difícil, pois a menina era noiva e amava muito o noivo. Mas ela não resistiu as investidas de Pedro, e apaixonou-se perdidamente por ele.

Cinco meses se passaram e Pedro estava conseguindo manter seu planejamento. Já não tinha mais o interesse inicial que tivera pela garota, mais mesmo assim era feliz com ela. Tinham um relacionamento intenso e bem bacana. Apesar de não amá-la sentia-se bem ao seu lado, e preocupava-se muito em fazê-la feliz também. Talvez para conseguir manter seu projeto, talvez para que não viesse outro e tirar-lhe dele.


Um ano se passou e seus amigos estavam incrédulos. Finalmente alguém tinha dobrado seu coração. Ele concordava quando diziam isso, mesmo sabendo que não era verdade. Às vezes pensava se deveria continuar com o namoro, já que tinha cumprido sua meta. Mas já tinha se acostumado com uma relação estável, e não estava mais a fim de voltar a ser reconhecido como um conquistador. Já pensava em construir família, filhos, casamento.


Aos poucos aquele Dom Juan que fora um dia já não se identificava nele. Não tinha mais aquele olhar hipnotizante, mas um olhar vazio, melancólico. Sua conversa não era mais envolvente, irresistível, mas entediante e repetitiva. Nunca fora bonito, mas agora estava barrigudo, com olheiras, com a barba por fazer. Não tinha mais atitude, estava acomodado. Já não era mais o que fora um dia. Mas mesmo assim sua garota continuava linda como antes, e o amando do mesmo jeito de quando se conheceram.

Com o passar dos tempos foi acontecendo uma coisa que lhe deixou feliz. Estava começando a “reapaixonar-se” pela sua, agora, noiva. Foi acontecendo de repente, aquela vontade que tinha de largar tudo e partir para uma nova conquista foi desaparecendo aos poucos, quando se deu por si, a única mulher que pensava, que desejava, era a sua.


Até que um dia, poucos dias depois de completarem três anos juntos, ela chegou para ele e disse que queria ter um assunto sério. Ele logo imaginou que ela queria marcar o casamento. Sim, era o que ele mais queria, casar-se com o seu amor e ter muitos filhos.

Estava radiante para a conversa. Até que ela aproximou-se dele e falou o que era: Ela já não o amava mais, fazia algum tempo, e conheceu recentemente um outro rapaz que a seduziu, e ela estava perdidamente apaixonada por ele.


- Mas como assim, indagou Pedro! - E o nosso noivado, e o nosso relacionamento? Investi tudo em você, deixei dezenas de garotas para ficar só contigo! Mudei meu modo de ser, mudei minha vida para dedicá-la a você e agora tu vem me dizer que está tudo acabado ? O que eu vou fazer da minha vida, preciso de você!


Mas não teve jeito, ela estava apaixonada por outro e decidida a terminar seu relacionamento com Pedro. Confessou a ele que ela era assim mesmo, gostava de namorar sério, mas quando noivava acabava perdendo o interesse, o ânimo com o rapaz. E repentinamente tinha conhecido outro homem e acabara apaixonando-se por ele. Mas dessa vez seria diferente, estava decidida a namorar, noivar com o outro e continuar com ele. Já estava tudo planejado.


Pedro acabou sentindo na pele o mesmo que fizera a suas antigas conquistas, com a diferença de que as mulheres são mais fortes que os homens. O feitiço tinha virado contra o feiticeiro, foi envenenado pelo mesmo veneno que utilizava. Já não sabia mais seduzir, já não tinha mais um papo agradável. Acabou se desiludindo com a vida, se entregando a bebida. Nem de longe lembra mais aquele que já fora o maior conquistador da faculdade!


Leandro Luz

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

PERSONAS 1- ALAN, O ALIENADO

Alan, o alienado. Pit-boy bombadinho. Seu maior sonho é participar do big-brother, ou algum outro reality qualquer que o deixe famoso sem ter de fazer nada de importante. Os únicos músculos que se preocupa são os bíceps e os tríceps, já o cérebro não precisa exercitar.,



Alan, o alienado, foi assistir a “Tropa de Elite 2”. Ele não gosta de filmes nacionais, mas como achou bom o primeiro filme, abriu uma exceção e foi assistir a continuidade do longa. Mas se decepcionou. Achou que encontraria uma história repleta de cenas de tiros, brigas, tapas na cara, gritos de “pede pra sair” e torturas com sacos plásticos. Boa parte desses ingredientes continuam presentes, mas o que decepcionou Alan, o alienado, foram as partes mais introspectivas desse novo trabalho.


Ele não entendeu muito das referências que o filme trás, como o burguês defensor dos direitos humanos, ou o apresentador sensacionalista e oportunista, tampouco achou graça dos políticos que desfilam ao longo da história. O que os políticos teriam haver com o tráfico ou com as milícias no Rio de Janeiro? O que as eleições e as buscas desesperadas e inescrupulosas de votos tem com o contexto da trama? Para ele, e talvez só ele e outros iguais, nada.


Mas para Alan, o alienado, a pior parte do filme foi o final. Só reconheceu que a cena estava mostrando Brasília porque uma pessoa na poltrona ao lado comentou alto. E o que Brasília tem com a violência no Rio? Infelizmente Alan não captou a essência do filme, nem a mensagem que ele trás. Mas tudo bem, ele é um alienado mesmo, mas que vota e ajuda a eleger personagens do filme que estão na vida real aos montes, mas que ele nem percebeu no filme. Agora Alan decidiu, só vai assistir a filmes americanos.

sábado, 30 de outubro de 2010

DOM QUIXOTE



Muito prazer, meu nome é otário
Vindo de outros tempos mas sempre no horário
peixe fora d'água, borboletas no aquário
Muito prazer, meu nome é otário
na ponta dos cascos e fora do páreo
puro sangue, puxando carroça.


(...) vaidades que a terra um dia há de comer.
Ás de espadas fora do baralho (...)


Por amor às causas perdidas...
Tudo bem...até pode ser
que os dragões sejam moinhos de vento (...)


Ao analisar a vida e o cotidiano, muitas vezes me identifico com frases dessa música, linda aliás. Quando lemos os noticiários políticos, por exemplo, onde se veem deputados, senadores, governadores roubando aos montes, e não acontecendo nada com eles, ou pior, sendo reeleitos novamente e repetindo aquele velho discurso: “O povo fez a justiça, o povo sabia da minha inocência e demonstrou isso nessa eleição” ou discursos parecidos. Se um dia cruzar na rua com esses políticos, ou algum deles vir apertar minha mão, serei educado: “Muito prazer, meu nome é Otário!”.

Outra situação que identifico nessa música é na estrofe que diz: “Na ponta dos cascos e fora do páreo / puro sangue, puxando carroça”. Encontramos centenas de pessoas geniais, fantásticas, inteligentíssimas, desperdiçando seu intelecto em atividades banais. Verdadeiros puro sangues puxando carroças. Se vê muito disso em fábrica, onde a inteligência da pessoa nem sempre é aproveitada, onde apenas se faz um trabalho repetitivo, o dia todo, tornando-se um processo automático, deixando a sua inteligência em segundo plano. Aliás, para eles isso é até bem vindo, posto que raciocinando, o operário logo verá que ganha um salário miserável enquanto o patrão enriquece cada vez mais as suas custas. Então exige-se uma produção absurda, deixando o trabalhador exausto e sem forças para questionar sua situação. Quando encontrar meu patrão pela fábrica, vou cumprimentá-lo: “Muito prazer, meu nome é Otário!”

“Vaidades que a Terra um dia há de comer”. De que adianta ser tão vaidoso, privilegiar o ter ao invés do ser, exibir suas riquezas, suas posses, suas falsas amizades, suas roupinhas de luxo ou o último celular da moda, se o mais importante, que é o caráter, o respeito, a dignidade, a pessoa não tem? Ao encontrar com essa pessoa, serei educado: “Muito prazer, meu nome é Otário!”

“Tudo bem, até pode ser / que os dragões sejam Moinhos de Vento”. Tudo bem, até pode ser que isso não seja uma situação tão importante, que sempre aumentamos nossos problemas, que talvez nossas dificuldades não sejam tão grandes quanto acreditamos. Se você acredita no que escrevi, se dá mais valor a vida do que aos bens, parabéns, talvez sejamos “peixes fora d’água, borboletas no aquário”, e talvez até não seja tão ruim ser um “otário” na visão das pessoas alienadas. Então, quando você me encontrar, me cumprimente e seja educado: “Muito prazer, meu nome é Otário”!

Agora curta a música na íntegra e delicie-se!

domingo, 10 de outubro de 2010

VERDADES QUE ESQUECERAM DE ACONTECER

Houve uma certa repercussão o meu último post, pelo menos por e-mail (não sei porque meus amigos preferem e insistem fazer comentários por e-mail ao invés de comentar no blog ???). Mas, dizia eu, houve uma certa repercussão quando eu disse que admirava boas histórias, mesmo que essas não fossem tão verdadeiras.


Mas é verdade, admiro a mentira sim. Claro que não aquelas mentiras prejudiciais, que tem por objetivo tirar proveito próprio ou que prejudicar alguém, de tirar vantagem, de enganar, mas aquelas mentiras inocentes, aquelas estórias contadas que nunca existiram, a não ser na mente de seus criadores.

Gosto da criatividade e da capacidade de improvisar dos contadores de causos. Em poucos segundos tem que ter a habilidade de conduzir e desdobrar a história para que ela fique o mais convincente possível.

É muito engraçado quando minha família se junta e meus tios se reúnem para contar seus causos. Mesmo sabendo que há no máximo uns 10% de verdade naquelas histórias, é muito interessante perceber como conduzem, alteram e o desfecho que dão a elas.

Já dizia Francis Bacon que “a mentira é mais interessante que a verdade”. Alguns poetas e filósofos defendem que a mentira é o tempero da realidade, o toque que refina o cotidiano, deixa o comum mais belo, elaborado, mais interessante mesmo. E o que é a literatura, a ficção, se não uma mentira bem contada? Ou uma verdade que esqueceu de acontecer...

A verdade pode, talvez, atingir o preço da pérola que mais brilha durante o dia, mas não alcança o preço do diamante ou do carbúnculo que tanto mais brilham quanto mais variadas forem as luzes. Com a mistura da mentira mais se acresce o prazer. Haverá alguém para duvidar que, tirando ao espírito humano as opiniões vãs, as esperanças lisonjeiras, as falsas valorações, as imaginações pessoais, etc., para a maior parte da gente tudo o mais não seria senão uma espécie de pobres coisas contraídas, cheias de melancolia e de indisposição, enfim, desagradáveis?

Francis Bacon, in 'Ensaios - Da Verdade'

domingo, 26 de setembro de 2010

HIBERNAÇÃO CRIATIVA

Quem tem o costume de dar uma passada de vez em quando por este blog deve ter percebido que, mais uma vez, este ficou um bom tempo sem postagens novas.


Infelizmente eu sou assim mesmo, vez em quando dou uma sumida. Para ser mais poético, tenho fases de “Hibernação Criativa”. Meus amigos sabem bem disso, e me cobram muito também. Mas o que posso fazer, tenho que dar uma desaparecida as vezes, dar uma recarregada nas baterias, para voltar com mais entusiasmo. Mas já escrevi muito sobre isso...

O que quero falar neste post é sobre o que você faz nesse meio tempo que está em hibernação criativa. Ou o que deixas de fazer.

A pior coisa que existe quando você fica muito tempo afastado de um lugar, ou que não encontra uma pessoa é aquele famoso “e aí, o que você tem feito?” e você percebe que não fez nada de diferente, ou que justificaria essa ausência temporária. Tu paras para pensar e percebe que fizeste as mesmas coisas de sempre naquele intervalo de tempo. E até a pessoa que te questionou acaba se decepcionando.

Admiro muito aquelas pessoas que sempre tem algo a contar. Sempre tem uma viagem para falar, uma aventura, um emprego novo ou simplesmente uma boa história. Mesmo que essa história não seja tão verdadeira, como dizia Mário Quintana: “A mentira é uma verdade que esqueceu de acontecer”.

Mas o fato é que não fiz nada de novo, de diferente, de aventureiro. Mas estarei aqui para escrever novamente, pelo menos até a próxima hibernação criativa.

                                                                              Imagem de WASSILY KANDINSKY

sábado, 26 de junho de 2010

A CEGUEIRA DA SOCIEDADE


Faleceu dia 18 de Junho de 2010 o único escritor em língua portuguesa vencedor do Prêmio Nobel de literatura, José Saramago. Nascido em Azinhaga, Portugal, em 1922. Muito polêmico, Saramago não tinha medo de manifestar sua opinião: “Me reservo o direito de dizer o que penso, e dizer quando entendo que devo dizê-lo”, afirmava ele.


Seus livros causavam escândalo numa sociedade que não gosta de ouvir o que não lhe agrada. Livros como “O evangelho Segundo Jesus Cristo”, “Caim” e “Ensaio sobre a Cegueira” lhe renderam muitas críticas e inúmeros inimigos. Os dois primeiros livros geraram a fúria da igreja, que não aceita essa liberdade de opinião que ele não abria mão de exercer, mas isso não abalou o autor, que chegou a classificar a bíblia como um manual de maus costumes.

“Ensaio sobre a cegueira”, lançado em 1995 e filmado para o cinema em 2008, é uma belíssima e dura crítica a sociedade mundial. É um livro que nos faz enxergar e, muito mais do que isso, nos faz temer a própria humanidade frente a uma situação de caos. A partir de uma súbita e inexplicável epidemia de cegueira, Saramago nos guia para a desorganização e a superação dos valores mais básicos da sociedade, transformando seus personagens em animais egoístas na sua luta pela sobrevivência. Considerando a cegueira como metáfora, ao longo do romance, Saramago tenta explicar como as pessoas vão se tornando cegas no mundo contemporâneo. Aborda temas como poder, obediência, ganância, desejo, vergonha, violência e abuso sexual. O autor mostra, através desta obra intensiva e sofrida, as reações do ser humano às necessidades, à incapacidade, à impotência, ao desprezo e ao abandono.

Leva-nos também a refletir sobre a moral, costumes, ética e preconceito através dos olhos da personagem principal, a mulher do médico, que se depara ao longo da narrativa com situações inadmissíveis; mata para se preservar e aos demais, depara-se com a morte de maneiras bizarras, como cadáveres espalhados pelas ruas e incêndios; após a saída do hospício, ao entrar numa igreja, presencia um cenário em que todos os santos se encontram vendados: “se os céus não vêem, que ninguém veja”. A obra acaba quando subitamente, exatamente pela ordem de contágio, o mundo cego dá lugar ao mundo imundo e bárbaro. No entanto, as memórias e rastros não se desvanecem.

Em sua obra, Saramago escancara a hipocrisia da sociedade, que se faz passar por boa e atenta as causas sociais, mas que não faz nada para mudar ou transformar essa realidade. Ele abre os olhos do leitor para a realidade do mundo, o caos que pode-se instalar a qualquer momento, as atitudes impensadas de quem está no poder tentando isolar o problema ao invés de estudá-lo. Os temas que a sociedade não quer ver são tratados com desleixo pela mídia, que só passa em sua programação o que dá audiência. No Brasil, por exemplo, em época de copa passa-se a imagem de que todos os brasileiros são felizes e nacionalistas, mas onde estão os pobres, os meninos de rua, os famintos.

Infelizmente Satramago nos deixou, mas sua obra continuará viva, tentando alertar as pessoas aos problemas sociais e culturais que aflige a raça humana, mas que parece que aos olhos da sociedade não tem importância. Como diria o ditado: “O pior cego é o que não quer ver”.

sábado, 8 de maio de 2010

INíCIO MELANCÓLICO


Começa hoje o Campeonato Brasileiro de futebol. E, outra vez, de forma melancólica. Falo isso porque, causado pelo nosso confuso calendário, não há preparação para o torneio, não há pré-temporadas, tampouco grandes contratações.

O Campeonato começa em meio as fases decisivas de Libertadores e Copa do Brasil, logo as principais equipes do Brasil, e favoritos ao título, estão envolvidos nestes torneios. Assim temos um início de campeonato recheados de equipes com jogadores reservas e juniores precoces. Na Europa acontece uma mescla de jogadores também, você pode argumentar, mas lá as equipes tem mais elenco e são mais qualificadas. O que faz com que os clubes, mesmo sem todos os titulares, consigam manter o mesmo nível de qualidade.

Outro problema é que o campeonato emenda direto com os estaduais. Não há tempo para preparar-se, reavaliar as equipes. Quem foi bem nos estaduais começa com pequena vantagem, tendo-se em vista que os torneios regionais não servem de parâmetro para o Brasileirão, mas quem foi mal entra no certame aos “tropeços”, em pedaços. E têm que encontrar o equilíbrio em meio ao torneio.

Dificulta também o regulamento em relação a contratação de jogadores. Como o campeonato começa em Maio, mas a janela de transferência vai até Outubro, o clube começa com um time na primeira rodada, mas na última já tem uma escalação completamente diferente. Também acontece em julho uma debandada de jogadores rumo a Europa, pois é nessa época que começam os campeonatos por lá. E, infelizmente, é sabido que as equipes brasileiras não conseguem segurar seus principais jogadores, nem mesmo os médios. E poucos times conseguem repor as baixas em seus elencos.

Dizem que o Campeonato Brasileiro é o campeonato mais equilibrado do mundo, que em nenhum outro país existam tantos clubes disputando o título. É verdade, porém esse equilíbrio acontece porque as equipes se nivelam por baixo. O time que tiver um elenco um pouquinho melhor, com um pouco mais de qualidade, leva a taça com facilidade.

sábado, 1 de maio de 2010

DIA INTERNACIONAL DO TRABALHO

Hoje como todos sabem é o dia internacional do trabalho. Então, trabalhador brasileiro, parabéns pelo seu dia. Já fizeste tua festa ?

Sim, porque só no Brasil o dia é festejado. Em quase todos os países do mundo o dia é marcado por atos de protesto. Alguns países protestam de forma mais modesta, outras mais acentuadas. Mas o fato é que todos os países do mundo tem algo a reivindicar nesse dia, e o fazem. Alguns protestam contra o desemprego, outros quanto a impostos, por redução nas jornadas de trabalho. E isso inclui os países de primeiro mundo, que tem melhores condições de vida e trabalho. Mas países pobres também manifestam-se por melhorias. Nenhum deles fecha os olhos, todos vão as ruas lutar pelos seus direitos.

Mas no Brasil é justamente o contrário. Só se vê e ouve falar de festas populares, showmícios mascarados, comemorações. Será que não temos nada a reivindicar? Não temos nada que devamos protestar? Estamos realmente no país das maravilhas? Infelizmente parece que sim.

Ao povo, água e circo. É isso que a burguesia e os políticos oferecem ao proletariado brasileiro. Deem diversão ao povo no seu dia e eles nada reclamarão. E nós, infames marionetes alienados, caímos na festa, na farra, sem lembrarmos que segunda feira voltamos a triste e penosa realidade e aos nossos milhares de problemas, desigualdades e injustiças.

Mas tudo bem, pelo menos festejamos o nosso dia com muita festa !



quinta-feira, 8 de abril de 2010

Ah, a frescura na face de não cumprir um dever ! (Poemas e deveres não cumpridos)


Me programei para escrever um texto hoje. pensei em quais assuntos deveria abordar, o que falar sobre eles. Alguma crítica, algum comentário? Atualidades? Na dúvida, acabei indo ler alguma coisa para achar uma inspiração. Mas só encontrei as mesmas noticias de sempre. Relendo meu último post, lembrei-me de um poema de Carlos Drummond de Andrade, e fui procurá-lo. Pronto, ingênuamente caí na armadilha de prosas e de lá não saí mais. Resultado: Fiquei lendo, lendo, lendo e nada escrevi. Então, para não deixar esse espaço vazio, resolvi publicar um poema de Drummond e outro de Fernando Pessoa. Um referente ao último texto do blog e outro referente ao deixar de cumprir um dever. Relembrando sempre: Poesia é fundamental! Deleite-se.


Receita de Ano Novo!
Para você ganhar

belíssimo Ano Novo cor do arco-íris,

ou da cor da sua paz,

Ano Novo sem comparação

com todo o tempo já vivido

(mal vivido talvez ou sem sentido)

para você ganhar um ano

não apenas pintado de novo,

remendado às carreiras,

mas novo nas sementinhas do vir-a-ser;

novo até no coração das coisas menos percebidas

(a começar pelo seu interior) novo,

espontâneo,

que de tão perfeito nem se nota,

mas com ele se come,
se passeia,

se ama,

se compreende,

se trabalha,

você não precisa beber champanha

ou qualquer outra birita,

não precisa expedir

nem receber mensagens

(planta recebe mensagens? passa telegramas?)


Não precisa fazer lista de boas intenções

para arquivá-las na gaveta.

Não precisa chorar arrependido
pelas besteiras consumidas

nem parvamente acreditar

que por decreto de esperança

a partir de janeiro as coisas mudem

e seja tudo claridade,

recompensa,

justiça entre os homens e as nações,

liberdade com cheiro e gosto de pão matinal,

direitos respeitados,

começando pelo direito augusto de viver.


Para ganhar um Ano Novo

que mereça este nome,

você, meu caro,

tem de merecê-lo,

tem de fazê-lo novo,

eu sei que não é fácil,

mas tente, experimente, consciente.


É dentro de você

que o Ano Novo cochila

e espera desde sempre.
(Carlos Drummond de Andrade)


Ah, a frescura na face de não cumprir um dever!
Ah, a frescura na face de não cumprir um dever!
Faltar é positivamente estar no campo!
Que refúgio o não se poder ter confiança em nós!
Respiro melhor agora que passaram as horas dos encontros.
Faltei a todos, com uma deliberação do desleixo,
Fiquei esperando a vontade de ir para lá, que eu saberia que não vinha.
Sou livre, contra a sociedade organizada e vestida.
Estou nu, e mergulho na água da minha imaginação.
É tarde para eu estar em qualquer dos dois pontos onde estaria à mesma hora,
Deliberadamente à mesma hora...

Está bem, ficarei aqui sonhando versos e sorrindo em itálico.
É tão engraçada esta parte assistente da vida!
Até não consigo acender o cigarro seguinte... Se é um gesto,
Fique com os outros, que me esperam, no desencontro que é a vida.

(Fernando Pessoa)




terça-feira, 23 de março de 2010

2010 COMEÇOU AGORA ?

Quantas vezes já ouvimos essa frase: “No Brasil, o ano só começa em Março, depois do carnaval”. Todo ano ouvimos isso.


Políticos e grandes veículos de comunicação querem que você acredite nisso. A mídia para justificar seus programas reprisados e para promover sua nova programação, que só entra no ar em final de março ou começo de Abril. Para a Globo o ano começa um pouco mais tarde, mais precisamente quando acaba o Big Brother.

Já os políticos usam esse bordão para justificar sua inércia de inicio de ano. Se bem que em 2010 os políticos pouco trabalharão a nosso favor, ou seja, atuando no congresso. Começam a trabalhar efetivamente em Março, em Junho tem Copa do Mundo e em Agosto já começam, a maior parte, a trabalhar em suas campanhas ou de algum aliado.


Mas apesar desse ditado, pra mim o ano já começou e faz tempo. Para os meus amigos e conhecidos também. Na verdade, para o povão, aquele que corre atrás da máquina, que carrega e banca esse país, o ano já começou, e faz tempo.




quarta-feira, 17 de março de 2010

NOVO BLOG

Coloquei no ar hoje meu novo blog, que trata sobre o FUTEBOL EUROPEU, chama-se "EuroLigas!" Projeto antigo, que fui adiando, adiando, mas a partir de hoje começo a colocá-lo em prática.


O objetivo principal do blog é comentar sobre as ligas e copas européias. Darei mais importância as copas e as três principais ligas (Inglaterra, Espanha e Itália), mas comentarei também sobre outras ligas, como Portugal, França e Alemanha, e algumas vezes falarei alguma coisa sobre ligas pequenas, como Holanda, Turquia, Escócia.

Pretendo, nesse blog, comentar sobre o futebol europeu atual, ou seja, comentar sobre jogos recentes, desempenhos dos clubes e jogadores, classificações. Mas também pretendo, casualmente, comentar sobre a história dos times ou das ligas, sobre grandes jogos ou curiosidades.

Eventualmente também posso comentar sobre os clubes brasileiros, em especial os clubes aqui da “aldeia”, Grêmio e Internacional, mas lembrando que este não é o foco principal do blog.

O nome é provisório, mas como no futebol, principalmente no brasileiro, ás vezes o provisório torna-se permanente, abre-se essa possibilidade. Mas se alguém tiver uma idéia de nome melhor, que não é tão difícil assim, estou aceitando sugestões.

Acesse aí: http://euroligas.blogspot.com/

domingo, 28 de fevereiro de 2010

DEPRESSÃO PÓS ANIVERSÁRIO


Imagem: O Grito ( Edvard Munch-1893)
Essa semana fiz aniversário. Vinte e (nem tão) poucos anos. Mas ao contrário da maioria dos aniversários das pessoas, não teve festa, nem bolo, nem salgados, nem comemoração nem nada. Na verdade, todos os anos no meu aniversário, mesmo que eu disfarce fazendo alguma comemoração, sempre me bate uma baita depressão.

Nem eu mesmo sei porque acontece isso. “Vem de repente um anjo triste perto de mim...”. Sempre que chega a data que marca o meu nascimento, inconscientemente me vem à cabeça uma avaliação de toda a minha vida. E, embora eu seja feliz e satisfeito nos outros 364 dias do ano, nesse dia sempre me vem tudo o que não consegui e o que falta a minha vida.

Penso no que eu sonhava quando jovem, quando tudo parecia ao meu alcance, e hoje não tenho quase nada daquilo que desejava, nem encontro forças para correr atrás delas. Sonhava trabalhar numa coisa que eu gostasse, que sentisse prazer em fazer, que me sentisse útil e eficiente. Mas o que consegui foi um trabalho em uma fábrica, num trabalho monótono e desanimador, onde não passo de um número para eles, não uso todo o potencial que acredito ter, mas que para eles também não faz falta. Um ofício desmotivador, que consome minha energia. Mas, mesmo que controlem o meu tempo e minhas energias, minha mente eles nunca controlarão.

Reflito no que conquistei até hoje materialmente. Quase nada. Uma casinha velha e pequena, nos fundos do terreno da minha mãe, um carro velho e só. Lembro dos amigos que nunca mais vi, por diversos motivos. E não encontro forças para ir atrás deles. Visualizo a frustração deles ao me reencontrar. Pensarão: “Onde está aquele cara alegre, divertido, cheio de vida? Transformou-se num gordo apático, mala e sem graça!” Lembrarão do jovem que sempre os incitava a buscar a vida, a viver intensamente cada dia, a tornar suas vidas únicas e excitantes, a não cair na mesmice, a não ser mais um alienado . Aquele cara hoje tem uma vida apática e monótona. E acabo não os procurando, para que sempre tenham na mente aquele antigo Leandro, mas que ao não ser mais visto, acaba sendo esquecido.

Analiso os meus planos que não deram certo. As viagens que nunca fiz. Os novos amigos que nunca tive. As conquistas que não vieram. Vejo a pessoa que nunca fui, e talvez nunca serei.
O meu aniversário acaba sendo uma auto análise da minha vida. Onde percebo tudo o que tenho pra conquistar e correr atrás. Quando me deprimo gosto de ir até o fundo do poço onde, como uma bola caindo dentro de um abismo, mas que ao chocar-se contra o fundo do mesmo recebe energia suficiente para subir e sair de lá de dentro. Nesta data vou até o fundo do poço, mas saio renovado e revigorado para lutar pelos meus objetivos.

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Você é o que ninguém vê

Estava lendo esse lindo texto da Martha Medeiros e resolvi postá-lo no blog. Mais um maravilhoso texto dessa grande escriora, poeta e cronista gaúcha. Delicie-se:

VOCÊ É O QUE NINGUÉM VÊ
...Você é os brinquedos que brincou, é os nervos a flor da pele, os segredos que guardou, você é sua praia preferida, aquele amor atordoado que viveu, a conversa séria que teve um dia com seu pai, você é o que você lembra...
Você é a saudade que sente da sua mãe, o sonho desfeito quase no altar, a infância que você recorda, a dor de não ter dado certo, de não ter falado na hora, você é aquilo que foi amputado no passado, a emoção de um trecho de livro, a cena de rua que lhe arrancou lágrimas, você é o que você chora...
Você é o abraço inesperado, a força dada para o amigo que precisa, você é o pêlo do braço que eriça, a sensibilidade que grita, o carinho que permuta, você é a palavra dita para ajudar, os gritos destrancados da garganta, os pedaços que junta, você é o orgasmo, a gargalhada, o beijo, você é o que você desnuda...

Você é a raiva de não ter alcançado, a impotência de não conseguir mudar, você é o desprezo pelo que os outros mentem, o desapontamento com o governo, o ódio que tudo isso dá, você é aquele que rema, que cansado não desiste, você é a indignação com o lixo jogado do carro, a ardência da revolta, você é o que você queima...

Você é aquilo que reivindica, o que consegue gerar através da sua verdade e da sua luta, você é os direitos que tem, os deveres que se obriga, você é a estrada por onde corre atrás, serpenteia, atalha, busca, você é o que você pleiteia...
Você não é só o que come e o que veste. Você é o que você requer, recruta, rabisca, traga, goza e lê. Você é o que ninguém vê...

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

A VOLTA DE ROBINHO


Esta semana Robinho confirmou sua volta ao futebol brasileiro! Já foi até apresentado no Santos com todas as honras e pompas de que um grande craque merece. Mas será mesmo que ele ainda é um “grande craque”? Por que será que resolveu voltar ao futebol no país? Responderei com a minha opinião mais tarde, mas antes vamos fazer uma breve retrospectiva sobre a carreira do atleta.


Robinho surgiu jogando um grande futebol pelo Santos. É indubitável sua técnica, sua habilidade, seu futebol que dá gosto de se ver. Chegou à seleção e foi contratado pelo grande Real Madri. Mas aí começou sua decadência...


Acredito que o “craque” deixou a fama subir para a cabeça, fato que acontece com muitos jogadores e pessoas em geral, que surgem como grandes ícones, grandes promessas, mas que não tem maturidade suficiente para manter tais atos. Foi comparado a Pelé, a Garrincha pelos seus dribles, era anunciado como o grande jogador da década. Mas logo após chegar a Espanha seu futebol já não estava tão vistoso assim, mesclava grandes apresentações com atuações medíocres. Mesmo fato que aconteceu na seleção brasileira. Isso o levou a ser reserva na equipe merengue, o que desagradou o “genial” Robinho, que defendeu-se dizendo que o treinador do time não gostava de jogadores brasileiros. Na mesma época o técnico Felipão estava assumindo o Chelsea, e admitiu que gostaria de contar com o jogador em seu elenco. Começaram as negociações, e para forçar sua saída do time espanhol, Robinho foi a imprensa anunciar que estava sendo injustiçado e que queria sair do clube. Mas o negócio não fechou, e com poucas alternativas, optou pelo Manchester City, onde seria a grande, e única, estrela do time. Mas seu futebol continuava decaindo, ao contrário das noticias de suas saídas na noite e suas festas homéricas, que aumentavam cada vez mais.


Ao perceber que sua grande estrela não estava produzindo nada, o City contratou dois bons atacantes no início da temporada 2009/2010 : O argentino Tévez e o togolês Adebayor. São bons jogadores, mas nada de excepcionais. Resultado: Robinho acabou indo novamente para o banco, onde contundiu-se ficando meses sem jogar. Ao voltar da suposta contusão, voltou ao banco de reservas, onde protagonizou uma cena deprimente: Entrou no decorrer do jogo e mesmo assim foi substituído durante a partida. Inconformado de novo, está outra vez forçando sua saída do clube. Tentou inicialmente o Barcelona, onde os jogadores se uniram e disseram que não queriam o “craque” no clube catalão. Então como opção, e provavelmente aconselhado por Ronaldo e Adriano, resolveu voltar ao futebol brasileiro.


Agora analisemos: Este é ano de Copa do Mundo, e todos os grandes jogadores desejam disputar a Copa, pelo romantismo de defender seu país na maior competição de futebol do planeta e, muito mais, para se valorizarem, conseguirem aumentos em seus clubes ou futuras negociações milionárias. E Robinho, claro, está de olho nisso. E onde é mais fácil o (ex ??) craque conseguir voltar a jogar um grande futebol, ou alguma coisa parecida com isso: No disputadíssimo futebol inglês, onde é reserva e enfrentará grandes jogadores do futebol mundial, ou disputando o campeonato Paulista, enfrentando jogadores de clubes como Oeste, Sertãozinho, Barueri ou Mirassol? A resposta me parece óbvia !


Sim, ele vai voltar a jogar um bom futebol, vai dar pedaladas e vai voltar a ser titular da seleção. A mídia e o seu grande e eficiente marketing pessoal se encarregarão dos detalhes. Aqui no Brasil, dentro do pobre e medíocre futebol brasileiro, ele será craque, será artilheiro, será ídolo, um semi deus praticamente. E, como outros “grandes craques” como Ronaldo e Adriano, terá dezenas de regalias dentro dos clubes. Assim como o Adriano, jogará quando quiser, chegará aos treinos a hora que bem entender, e mesmo assim será tratado de maneira diferenciada, ao contrário do futebol europeu, onde é apenas mais um dentro do elenco do clube. E depois da Copa, quem sabe, voltará com toda moral para a Europa. Vai dizer que não é um grande negócio para ele?

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

ARRUMANDO A CASA



Todo inicío de ano é aquelha velha história : Fazer planos & projetos para o ano vindouro, traçar metas, escolher objetivos. Mas final-início de ano também é uma boa época para se fazer uma boa faxina, se reorganizar, arrumar a casa. Como diz a frase dos Paralamas que li no texto da grande Verônica Elias, no blog do Desarranjo Sintético: “Hoje joguei tanta coisa fora... cartas e fotografias, gente que foi embora. A casa fica bem melhor assim...”. Recomendo esse texto, é ótimo, e me inspirou a criar este.

A casa, no sentido literal da palavra, não sei se vou arrumar, talvez, mas sempre dá uma preguiça... mas o blog tenho que arrumar, está muito esculhambado. Primeiro vou por as coisas que não uso no lixo, como diz a minha namorada. Sendo assim, vou excluir meu outro blog, o histórias-do-cotidiano, já que faz mais de um ano que não escrevo nele.

Seu objetivo era ser um blog de contos, mas isso dá um trabalho danado, e não sei se tenho talento o suficiente para isso. Até gostava de escrevê-los, mas algumas coisas atrapalharam o seu funcionamento, como a falta de tempo, pouca inspiração, críticas severas de pessoas que não entenderam o sentido proposto. O lado bom foi que descobri que sou fraco para alguns tipos de crítica, me deixo abalar por elas e que tenho que melhorar esse apecto.

O outro blog excluirei temporariamente. Na verdade ele passará por uma redefinição de estilo e layout. Para quem nem sabe que tenho mais um blog, ele se destina a comentar sobre o futebol europeu. Ainda estou na dúvida se o condeno a morte ou lhe dou outra chance.

Também vou escrever mais este ano. Em 2009 escrevi apenas 14 textos, enquanto 2008 produzi 52. O que acontece é que destruo muitos textos, já escrevi sobre isso no post Os populares do Orkut. Basicamente digo que tenho o hábito de escrever, não gostar, e trancafiar os textos pelos porões sombrios de pastas que raramente volto a abrir. Faço isso com o intuito de tentar melhorá-los, salvá-los da mediocridade. Mas acabo esquecendo dos miseráveis ou, muitas vezes, desenvolvendo uma aversão profunda por eles. E quando quero falar sobre o mesmo assunto, geralmente faço um texto novo. Para se ter uma idéia, de cada texto postado, pelo menos uns quatro ou cinco são sacrificados. Tentarei ser menos cruel com eles esse ano, ou produzir mais, até que saia alguma coisa decente.

Talvez ocorra mudanças de layout, mas ainda não tenho certeza, até porque tenho alguma dificuldade nessa área. Trocarei as frases com certeza. Visitarei mais, e comentarei mais, os blogs amigos, e descobrirei outros também. também pretendo escrever e postar mais coisas sobre cultura. "Busquemos a iluminação".

Acredito que começando a arrumar a casa, posso fazer um blog melhor, mais atualizado, e buscando seu príncipio de ser uma reflexão sobre o dia-a-dia, sobre temas da atualidade ou polêmicos. Um pouco de poesia, pensamentos e revoltas também. Enfim, um espaço onde vale tudo, um ensaio sobre a vida. Ou como definiu o Laerte, um grande amigo e compadre meu: "Uma pequena fábrica de ideias !". Que assim seja, e que tenhamos grandes ideias este ano!